Ao longo dos seus quase 60 anos a Companhia de Água e Esgotos do Piauí SA, a nossa querida Agespisa, nunca na sua história, mesmo com todas as suas dificuldades e má gestões, teve na composição da sua diretoria um presidente com índole tão destruidora com os verdadeiros objetivos da empresa para com a sociedade e seus trabalhadores. Chegamos ao ápice daquilo que pode ser o maior desastre administrativo, financeiro e operacional de todos os presidentes que já passaram pela companhia. O senhor Genival de forma intransigente, inconsequente e irresponsável leva a nossa Agespisa ao fundo do poço, demonstrando claramente falta de compromisso e respeito com a sociedade e com quem a construiu, ou seja, os trabalhadores. Obviamente sabemos que tudo não passa de uma orientação vinda do Palácio de Karnak, ordem direta do governador do Estado, senhor Wellington Dias, que mais uma vez executa um duro e covarde ataque aos trabalhadores(as), dificultando ao máximo o fechamento de um Acordo, empurrando para o dissídio coletivo.
Após várias difíceis rodadas de negociação do nosso ACT 2020/2022, a direção do SINTEPI/SENGE fez de tudo para fechar o acordo de forma negocial. Diante de uma grave crise econômica, social, financeira e principalmente de saúde, a entidade deparou-se com uma diretoria cujo objetivo era exclusivamente penalizar ainda mais o trabalhador, propondo retirada de direitos históricos. Mesmo assim, insistíamos em argumentar que a Agespisa ao longo dessa crise pandêmica não teve abalos em sua arrecadação e ainda deixou de cumprir várias cláusulas que impactavam financeiramente na vida dos trabalhadores, como abono pecuniário de férias, 50% do décimo terceiro, horas extras, diárias de viagem, entre outros.
Vejamos algumas cláusulas as quais a empresa insiste em retirar direito dos trabalhadores:
– Cláusula IX – Multa por descumprimento
– Cláusula XIX – Décimo Terceiro Salário
-Cláusula XXIV – Dispensa imotivada (estabilidade)
– Cláusula XXXI – Auxílio Doença
– Cláusula LVI – Décimo Terceiro Ticket Alimentação (Tickão)
– Cláusula LVII – Manutenção dos Benefícios Vigentes
– Entre outras as quais concesamos a flexibilização.
De acordo com o sentimento dos trabalhadores aos quais nós representamos, já havíamos cedido em algumas cláusulas, como suspensão da reposição no reajuste salarial e trégua no tickão por este ano, bem como o reajuste de benefícios, que historicamente temos conquistado nas negociações anuais nos últimos 20 anos. Em nosso entendimento, a direção da empresa nunca demonstrou interesse em negociar o ACT 2020/2022. Isto ficou bastante claro quando, pela primeira vez na história das negociações com este diretoria do sindicato, a empresa demorou a iniciar as negociações, 41 dias depois após a entrega da pauta de reivindicação – no dia 17 de março – sendo que a empresa só respondeu no dia 28 de abril, faltando dois dias para encerrar a vigência do acordo anterior.
Outro fato curioso, é que a empresa em sua primeira contraproposta e nas duas primeiras reuniões com o sindicato, vinha avançando nas cláusulas discutidas, porém os diretores que negociaram com a entidade retrocederam com a alegação de que o atual presidente da empresa, senhor Genival, não concordava com os avanços que a comissão da empresa havia construído com a direção do SINTEPI/SENGE. Isto ficou patente que o presidente assumiu a responsabilidade, o ônus e o bônus, da ruptura das negociações com o sindicato, apostando na Justiça do Trabalho. E pela primeira vez a empresa consultou a Procuradoria Geral do Estado – PGE com o intuito de dificultar ainda mais as negociações.
Continuemos atentos e mobilizados com a certeza de que jamais iremos nos deixar abater, mesmo diante do que nos aguarda a partir de uma decisão da Justiça Trabalhista, através do julgamento de dissídio coletivo, que traz uma grande indefinição do futuro de nossos direitos adquiridos à custa de muita luta e suor ao longo de várias décadas.
Diante disso tudo, o que nos resta? Continuarmos unidos, pois a nossa união é que nos fortalece!
