BOLETIM FNU/CNE: PRESIDENTE DA ELETROBRAS FOGE DO DEBATE

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras tem a cada dia se conscientizado que mudanças profundas estão em andamento na Holding. E é preciso que se diga que as mesmas são para pior. Desde 2003 os representantes sindicais eram recebidos pela direção das empresas para um debate franco, foram inúmeras reuniões ao longo dos
anos, onde os embates aconteciam sem restrições, com criticas as decisões, mas sempre buscando a construção de alternativas que viabilizassem o melhor para os trabalhadores.
Com o advento do golpe jurídico-parlamentar a conjuntura mudou em todas as instâncias, onde havia diálogo hoje prevalece o autoritarismo. Um exemplo concreto é a postura do presidente Wilson Pinto, que na única conversa que
participou com os sindicalistas em 6 meses após sua posse, mostrou a que veio, seu discurso foi direto, o objetivo é impor a redução de quadro de pessoal através da reestruturação (saco de maldades) e conduzir o processo de privatizações.
Na primeira semana a reestruturação do Presidente Pinto, cortou sem dó nem piedade mais de 120 funções gerenciais na Eletrobras, provocando um impacto brutal na vida financeira e profissional dos trabalhadores alcançados.
Oriundo do setor privado, o presidente Pinto deve achar que o ACT é somente um pedaço de papel sem valor, apenas um mero tramite burocrático. Pois tem sistematicamente ignorado as cláusulas do acordo, que prevê inclusive, a participação das entidades sindicais nas discussões sobre qualquer processo de reestruturação da Holding.
As entidades sindicais vão à luta em todas as instâncias para impedir que a reestruturação e a privatização das distribuidoras avancem, buscando interlocução política, a via jurídica, além de muita mobilização dos trabalhadores. Pinto se recolhe e não vai à audiência No dia 15 dezembro estava prevista audiência pública no Senado Federal para discutir questões do Setor Elétrico. A FNU e demais sindicatos estiveram presentes. No entanto, o presidente do Sistema Eletrobras, Wilson Pinto, mesmo convocado sequer apareceu, preferindo
se recolher as suas atividades voltadas para reestruturação da Holding, o chamado saco de maldades.
Para as entidades sindicais o governo e a direção da Eletrobras já deixaram claro que não há espaço para o diálogo.
A orientação é pela retomada da privatização das empresas estatais do Setor Elétrico, usando argumentos equivocados, que ignoram a sua importância estratégica para regiões como o Norte e Nordeste, através das distribuidoras de energia.

Indicadores operacionais positivos mostram que a privatização é um erro
Na avaliação do técnico do Dieese, Gustavo Teixeira, a justifi cativa utilizada pelo governo para privatizar as subsidiárias da Eletrobras é contestável. A falta de recursos das empresas se deu a partir da Lei 12.783/2013, que definiu novas regras para a renovação de um conjunto de concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, fragilizando o desempenho econômico-financeiro das empresas.
No entanto, a Eletrobras tem pleiteado o valor de aproximadamente 40 bilhões de indenização referente aos ativos que foram renovados, o que daria um novo equilíbrio financeiro à Holding.
Os últimos relatórios de administração da Holding mostra a manutenção e melhora dos principais indicadores operacionais nos três segmentos do Setor, ou seja, os argumentos aplicados não são válidos para justificar a privatização dos ativos.
Além disso, o que está em jogo são a soberania energética e o desenvolvimento econômico e social do país. A privatização das empresas reduzirá drasticamente o tamanho da participação estatal no setor elétrico. Destaca-se
que a participação dos grupos chineses State Grid e China Three Gorges crescem expressivamente no setor elétrico brasileiro, tornandose uns dos maiores grupos no país.

Enigma Chinês
Um enigma chinês une o presidente da Eletrobras e a State Grid. Pois, em 2015 a referida empresa chinesa anunciou interesse nos ativos da Holding, e em 2016 a mesma assumiu o controle da distribuidora de energia CPFL,
em São Paulo, que era presidida por Wilson Pinto . Neste mesmo ano o presidente desta empresa paulista foi indicado para presidir o Sistema Eletrobras. Ou seja, será que a série de encontros destes personagens são obras do acaso? Esta é uma pergunta que ainda necessita de resposta. A pergunta que não quer calar Uma pergunta que não quer calar sobre a audiência pública no Senado: Afi nal, o Pinto representa os interesses das empresas do Sistema
Eletrobras ou do Mercado? Será que ele faltaria se fosse um evento do promovido pelo Mercado ? Cartas para a redação.

Copyright © 2016. * Desenvolvido por Agência Prime7