Se preparem para o pior: Eletrobras lança Centro de Serviços Compartilhados (CSC) dando inicio ao processo de reestruturação da empresa

No dia 07 de março, aconteceu na Unise, o lançamento do propalado Centro de Serviços Compartilhados – CSC, cuja elaboração e estruturação vêm sendo apoiada pela consultoria, Roland Berger, a única no mundo capaz de prestar este tipo de serviço, isso na visão do PR e DJ, que autorizaram a contratação por inexigibilidade, abrindo mão da concorrência e disputa de empresas especializadas existentes no país.

Para o lançamento do CSC estiveram presentes diretores da Eletrobras, sócios e consultores da Roland, que discursaram para uma plateia de empregados e gerentes, convictos que todos ali eram incapazes de raciocinar e entender o que eles estavam querendo vender como a salvação da lavoura. Diferente dos “mestres de cerimônias”, todos os presentes vestem a camisa da Eletrobras, querem o seu fortalecimento e não o seu enfraquecimento e destruição como empresa e Holding.

“Meritocracia” ou salve-se quem puder?

Os trabalhadores e as trabalhadoras da Eletrobras sabem o que significa a implantação de um Centro de Serviços Compartilhados, e o que está por trás dele. No primeiro momento o foco é a eficiência para “salvar a Eletrobras”, discurso caloroso feito pelo Sr. Wilson Pinto, em apresentações na Holding e nas subsidiarias. Na sequência, sob o manto da “meritocracia”, como defendido pelo Diretor Jurídico e de Contratações Alexandre Aniz, ocorrerá um processo de concorrência ferrenha entre os empregados que estarão trabalhando lá em Furnas.

Um querendo ser melhor do que o outro, todos querendo merecer mais do que o outro companheiro (a), todos tentando manter-se nas poucas vagas existentes no CSC. Nesta nova configuração de alta competitividade, a palavra de ordem será a “produtividade” e quem apresentar melhor resultados receberá o troféu “meritocracia”, e manterá o seu emprego. Quem “não” apresentar bom resultado ou não se “adequar” ao novo modelo será enviado para o DP, onde sua rescisão contratual já estará pronta. Ou seja, será o famoso salve-se quem puder.

Neste cenário o caos estará instalado e os mentores desse feito não estarão nem aí para a situação. Já a Roland Berger estará preocupada apenas com o recebimento das parcelas do seu contrato de R$ 9,2 milhões, ansiosa para conclui-lo logo, já de olho em outras oportunidades na Eletrobras.

Os dirigentes e consultorias passam, a empresa continua e com ela seus empregados e gerentes!

É fundamental que os superintendentes, gerentes e empregados das áreas que serão afetadas pelo Centro de Serviços Compartilhados, despertem para essa grave situação, começando a questionar as fases desse nefasto projeto, a sua forma de implantação e o que está por trás dele, por exemplo: como fi carão os seus empregos e os seus direitos? Que garantias terão? Quem será desligado de imediato pelo PID-A? Qual o futuro terá na Eletrobras? Que empresa teremos dentro de pouco tempo?

Todos precisam de respostas, e não se pode em hipótese alguma abaixar a cabeça, se acovardar e cumprir cegamente as ordens emanadas pela Roland Berger e demais líderes e gerentes do projeto. Procurem saber quem são os líderes e gerentes desse projeto, procure-os e façam suas indagações, chamando-os à responsabilidade.

“Torre de Babel” vai gerar o caos na empresa

Depois da implantação do CSC, com a ajuda especializada da Roland Berger, os empregados e as empregadas da base de operação Rio de Janeiro, como disse o Sr. Wilson Pinto, estarão trabalhando em Botafogo, num mesmo andar em Furnas, e neste momento os mais diversos problemas começarão a aparecer: vários empregados de empresas diferentes, subsidiárias de uma holding, trabalhando num mesmo ambiente, submetidos a um mesmo plano de carreira e remuneração – PCR negociado com as entidades sindicais, cobertos por um Acordo Coletivo Nacional, mas com vários direitos e benefícios estabelecidos em normas internas e Acordos Coletivos Específicos. Neste momento irão começar os problemas, diga-se de passagem, não analisados pelos consultores, que vendem facilidades e minimizam tudo, para eles não há problema existir jornadas de trabalhos, salários e vantagens diferentes, benefícios diferentes, processos diferentes, normas diferentes, etc.

Para eles o importante é dizer ao mercado que o CSC foi implantado, não importando muito a maneira e as consequências. Como os problemas são muitos e as soluções são escassas, principalmente num ambiente onde a inteligência não tem vez, aparecerão ideias mirabolantes, como a da criação ou contratação por inexigibilidade de uma empresa privada para gerir o CSC, argumentando que isso foi feito em outras empresas. Neste ponto vão avisar aos agraciados pela “meritocracia” e remanescentes, que a eficiência precisa ser aumentada, e que a decisão será pela terceirização dos serviços. Com isso, em pouco tempo não haverá nenhum empregado da Eletrobras e subsidiárias no CSC, tudo será terceirizado, os mentores e os que decidem já estarão longe, e fora do sistema, e os trabalhadores (as) sem os seus empregos. Algumas empresas fi zeram isso, fracassaram e voltaram atrás.

Efeito dominó nas empresas do Sistema será inevitável

Como está defi nido no plano diretor de negócios e gestão – PDNG 2019-2021, a ideia do PR e DJ é implantar o CSC para todas as empresas do Sistema, sendo que no primeiro momento serão afetados os empregados das empresas do Rio de Janeiro (Eletrobras,Furnas, Eletronuclear e Cepel), como dito na Chesf pelo Presidente Wilson Pinto, e na sequência virão as demais empresas de fora do Rio de Janeiro: CHESF, ELETRONORTE, ELETROSUL, etc.

Essas empresas terão suas sedes atingidas em cheio, resultando em muitas desmobilizações e demissões de empregados. Ou seja, este efeito dominó será inevitável, portanto, os representantes dos trabalhadores entendem que é preciso mobilização de todos empregados (as) do Sistema.

Descaso com a Eletrobras e compromisso com a maldade

No conjunto de maldades arquitetadas pelos senhores Wilson Pinto Junior e Alexandre Aniz, o CSC está classificado como a pior das piores, ele começa devagar, vai avançando e quando os desavisados acordarem, as demissões via PID ou de forma arbitrária já estarão em andamento.

Trata-se de um processo silencioso, rápido e devastador, sobretudo quando a direção da empresa inicia um processo dessa magnitude, que provocará mudanças significativas nos processos de trabalho em todas as empresas do Sistema, sem dialogar corretamente com as entidades sindicais representativas dos empregados, em completo descumprimento dos Acordos Coletivos de Trabalho Nacional e Específicos.

Agenda com Ministro para debater o futuro da Eletrobras

Os representantes dos trabalhadores estão na luta , por isso vão se encontrar em uma agenda na semana que vem ( com data ainda ser confirmada) com o Ministro de Minas e Energia. Vamos denunciar e cobrar posição para a série de desmandos que estão acontecendo no Sistema Eletrobras, lembrar a ele que estamos tratando de uma das maiores empresas de energia do mundo.

Com profissionais altamente qualificados, que garantiram mesmo durante a crise hídrica, a geração de energia de qualidade para todo o país. E, portanto, merecem respeito.

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